Fraude documental e falsificação de assinaturas são sérios desafios enfrentados por instituições, empresas e até indivíduos. Elas geram prejuízos financeiros e podem comprometer a credibilidade de documentos.
Mas, afinal, você tem curiosidade para saber como especialistas conseguem identificar se uma assinatura é falsa ou autêntica?
Neste artigo do site Muito Rico, vamos explorar como funciona o trabalho dos peritos grafotécnicos, as ferramentas que utilizam e os aspectos técnicos analisados. Prepare-se para mergulhar no fascinante mundo da análise de uma assinatura falsa!
O que é perícia grafotécnica?
A perícia grafotécnica é uma área de estudo focada em identificar a autenticidade de assinaturas ou documentos manuscritos.
A técnica parte de um princípio fundamental: a escrita é uma expressão única de cada indivíduo, diretamente ligada ao funcionamento do seu cérebro.
Como ninguém possui o mesmo padrão neuromuscular, é impossível replicar perfeitamente a assinatura de outra pessoa.
A partir daí, peritos investigam minuciosamente aspectos como a pressão, velocidade e ritmo da escrita, além dos detalhes gráficos que compõem as letras.
Não se trata apenas de comparar visualmente assinaturas; o trabalho exige uma análise profunda apoiada por ferramentas específicas.
Instrumentos utilizados na perícia de uma assinatura falsa
Os peritos grafotécnicos contam com equipamentos especializados para identificar inconsistências e características únicas.
Alguns dos instrumentos mais usados incluem:
- Lupas ajustáveis: para observar detalhes minuciosos da escrita.
- Estereoscópio: um tipo de microscópio binocular para examinar a tridimensionalidade da pressão sobre o papel.
- Luz ultravioleta e infravermelho: revelam alterações, manchas ocultas ou colagens.
- Negatoscópio: mesa com iluminação interna usada para analisar transparências e sobreposições nos documentos.
Essas ferramentas permitem que o especialista vá além do óbvio, capturando tanto sinais visíveis quanto imperceptíveis a olho nu.
O que os peritos analisam em uma assinatura?
Os especialistas seguem três pilares principais ao analisar uma assinatura ou documento manuscrito:
1. Características genéricas
Estes são elementos comuns a todos os processos de escrita. Aqui se destacam:
- Comportamento gráfico: é como a escrita se alinha ou se inclina em relação ao papel. Pode ser classificado como alinhado, ascendente, descendente ou até sinuoso.
- Proporcionalidade: a relação entre partes de uma letra, como a altura da haste “d” em relação ao seu círculo inferior.
- Espaçamento: inclui distância entre letras, palavras e traços que formam uma letra.
- Valores angulares/curvilíneos: indicam o predomínio de curvas ou ângulos na escrita.
- Inclinação: Refere-se à direção dos eixos das letras (para a direita, esquerda ou vertical).
2. Características genéticas
Essas são as peculiaridades individuais da escrita, que revelam a identidade do autor:
- Pressão: força vertical (caneta pressionando o papel) e horizontal ou lateral (movimento ao escrever). A profundidade das marcas deixa sinais únicos.
- Momento gráfico: o padrão do punho ao criar cada traço, indicando fluidez ou hesitação.
- Ataque e remate: analisam o ponto de início e fim de cada letra. Assinaturas falsas frequentemente mostram variabilidades incomuns aqui.
3. Elementos da grafia
Envolvem detalhes específicos, como:
- Traços complementares: incluem cortes do “t”, pingos de “i” e cedilhas. Cada pessoa tem um estilo único ao desenhá-los.
- Detalhes exclusivos: loops, ovais e hastes de uma escrita fornecem pistas importantes para identificar padrões típicos.
Tipos de falsificação e como são detectados
Existem diferentes estratégias de falsificação, cada uma deixando pistas específicas. Aqui estão os principais tipos:
1. Sem imitação
O falsificador inventa uma assinatura sem nenhum modelo para seguir. O resultado frequentemente apresenta inconsistências e é mais fácil de identificar.
2. Memória Visual
Neste caso, a pessoa tenta imitar uma assinatura que já viu antes, mas apenas a partir da memória. Frequentemente, a atenção excessiva nos detalhes resulta em tremores ou interrupções no traçado.
3. Imitação servil
Quando o falsificador possui uma cópia da assinatura e tenta replicá-la diretamente. Normalmente, apresenta retoques e inconsistências no ritmo.
4. Decalque
Aqui, o infrator utiliza técnicas como carbono ou transparência para copiar mecanicamente a assinatura. Embora visualmente semelhantes, a pressão e o fluxo do traço frequentemente diferem.
5. Falsificação exercitada
Executada por criminosos experientes, esta técnica é a mais difícil de detectar. Requer um perito altamente qualificado para identificar pequenas falhas na reprodução.
A importância da perícia grafotécnica
Imagine uma instituição bancária avaliada em milhões ou um contrato importante para uma empresa.
A falsificação de assinaturas pode levar a prejuízos financeiros devastadores e a sérias questões legais.
Por isso, a perícia grafotécnica desempenha um papel essencial ao proteger indivíduos e organizações.
Além disso, o processo também é frequentemente solicitado em disputas judiciais, onde a autenticidade de documentos é contestada.
Seja em contratos, testamentos ou cheques, uma análise detalhada pode ser crucial para resolver esses conflitos.
Conclusão
Identificar uma assinatura falsa não é um trabalho simples. Exige conhecimento técnico, ferramentas adequadas e uma abordagem sistemática.
A perícia grafotécnica é mais do que uma análise de rabiscos. Trata-se de uma combinação de ciência, arte e tecnologia.
Se você, sua empresa ou seu escritório jurídico precisa garantir a autenticidade de documentos, contar com especialistas capacitados pode fazer toda a diferença.
Lembre-se, cada assinatura tem uma história única, e há sempre evidências que podem ajudar a desvendá-la!